A literature Infantil
em cada
faixa etária.
As histórias infantis como forma de
consciência de mundo
É no encontro com qualquer forma de
Literatura que os homens têm a oportunidade de ampliar, transformar ou
enriquecer sua própria experiência de vida. Nesse sentido, a Literatura
apresenta-se não só como veículo de manifestação de cultura, mas também de
ideologias.
A Literatura Infantil, por
iniciar o homem no mundo literário, deve ser utilizada como instrumento para a
sensibilização da consciência, para a expansão da capacidade e interesse de
analisar o mundo. Sendo fundamental mostrar que a literatura deve ser encarada,
sempre, de modo global e complexo em sua ambigüidade e pluralidade.
Até bem pouco tempo,
em nosso século, a Literatura Infantil era considerada como um gênero
secundário, e vista pelo adulto como algo pueril (nivelada ao brinquedo) ou
útil (forma de entretenimento). A valorização da Literatura Infantil, como
formadora de consciência dentro da vida cultural das sociedades, é bem recente.
Para investir
na relação entre a interpretação do texto literário e a realidade, não há
melhor sugestão do que obras infantis que abordem questões de nosso tempo e
problemas universais, inerentes ao ser humano. "Infantilizar" as
crianças não cria cidadãos capazes de interferir na organização de uma
sociedade mais consciente e democrática.
Fases normais no desenvolvimento da criança na
literature Infatil
O caminho
para a redescoberta da Literatura Infantil, em nosso século, foi aberto pela
Psicologia Experimental que, revelando a Inteligência como um elemento
estruturador do universo que cada indivíduo constrói dentro de si, chama a
atenção para os diferentes estágios de seu desenvolvimento (da infância à
adolescência) e sua importância fundamental para a evolução e formação da
personalidade do futuro adulto. A sucessão das fases evolutivas da inteligência
(ou estruturas mentais) é constante e igual para todos. As idades
correspondentes a cada uma delas podem mudar, dependendo da criança, ou do meio
em que ela vive.
Primeira Infância: Movimento X Atividade (15/17 meses aos 3 anos)
v
Maturação, início do desenvolvimento mental;
v
Fase da invenção da mão - reconhecimento da realidade
pelo tato;
v
Descoberta de si mesmo e dos outros;
v
Necessidade grande de contatos afetivos;
v
Explora o mundo dos sentidos;
v
Descoberta das formas concretas e dos seres;
v
Conquista da linguagem;
v
Nomeação de objetos e coisas - atribui vida aos
objetos;
v
Começa a formar sua auto-imagem, de acordo com o que o
adulto diz que ela é, assimilando, sem questionamento, o que lhe é dito;
v
Egocentrismo, jogo simbólico;
v
Reconhece e nomeia partes do corpo;
v
Forma frases completas;
v
Nomeia o que desenha e constrói;
v
Imita, principalmente, o adulto.
Segunda Infância: Fantasia e Imaginação (dos 3
aos 6 anos)
v Fase lúdica e predomínio do
pensamento mágico;
v Aumenta, rapidamente, seu
vocabulário;
v Faz muitas perguntas. Quer saber
"como" e "por quê ?";
v Egocentrismo - narcisismo;
v Não diferenciação entre a
realidade externa e os produtos da fantasia infantil;
v Desenvolvimento do sentido do
"eu";
v Tem mais noção de limites
(meu/teu/nosso/certo/errado);
v Tempo não tem significação - não
há passado nem futuro, a vida é o momento presente;
v Muitas imagens ainda completando,
ou sugerindo os textos;
v Textos curtos e elucidativos;
v Consolidação da linguagem, onde as
palavras devem corresponder às figuras;
v Para Piaget, etapa animista, pois
todas as coisas são dotadas de vida e vontade;
v O elemento maravilhoso começa a
despertar interesse na criança.
Dos 6 aos 6 anos e 11 meses, aproximadamente
Interesse por
ler e escrever. A atenção da criança esta voltada para o significado das
coisas;
O
egocentrismo está diminuindo. Já inclui outras pessoas no seu universo;
Seu
pensamento está se tornando estável e lógico, mas ainda não é capaz de
compreender idéias totalmente abstratas; Só consegue raciocinar a partir do
concreto; Começa a agir cooperativamente; Textos mais longos, mas as imagens
ainda devem predominar sobre o texto;
O elemento
maravilhoso exerce um grande fascínio sobre a criança.
Histórias para crianças (faixa etária / áreas de interesse / materiais /
livros)
1 a 2 anos
A criança, nessa faixa etária,
prende-se ao movimento, ao tom de voz, e não ao conteúdo do que é contado. Ela
presta atenção ao movimento de fantoches e a objetos que conversam com ela. As
histórias devem ser rápidas e curtas. O ideal é inventá-las na hora. Os livros
de pano, madeira e plástico, também prendem a atenção. Devem ter, somente, uma
gravura em cada página, mostrando coisas simples e atrativas visualmente. Nesta
fase, há uma grande necessidade de pegar a história, segurar o fantoche,
agarrar o livro, etc..
2 a 3 anos
Nessa fase, as
histórias ainda devem ser rápidas, com pouco texto de um enredo simples e vivo,
poucos personagens, aproximando-se, ao máximo, das vivências da criança. Devem
ser contadas com muito ritmo e entonação. Tem grande interesse por histórias de
bichinhos, brinquedos e seres da natureza humanizados. Identifica-se,
facilmente, com todos eles. Prendem-se a gravuras grandes e com poucos
detalhes. Os fantoches continuam sendo o material mais adequado. A música
exerce um grande fascínio sobre ela. A criança acredita que tudo ao seu redor
tem vida e vivência, por isso, a história transforma-se em algo real, como se
estivesse acontecendo mesmo.
3 a 6 anos
Os livros adequados a essa fase
devem propor "vivências radicadas" no cotidiano familiar da criança e
apresentar determinadas características estilísticas.
Predomínio
absoluto da imagem, (gravuras, ilustrações, desenhos, etc.), sem texto escrito,
ou com textos brevíssimos, que podem ser lidos, ou dramatizados pelo adulto, a
fim de que a criança perceba a inter-relação existente entre o "mundo
real", que a cerca, e o "mundo da palavra", que nomeia o real. É
a nomeação das coisas que leva a criança a um convívio inteligente, afetivo e
profundo com a realidade circundante.
As
imagens devem sugerir uma situação que seja significativa para a criança, ou
que lhe seja, de alguma forma, atraente. A graça, o humor, um certo clima de
expectativa, ou mistério são fatores essenciais nos livros para o pré-leitor.
As
crianças, nessa fase, gostam de ouvir a história várias vezes. É a fase de
"conte outra vez".
Histórias
com dobraduras simples, que a criança possa acompanhar, também exercem grande
fascínio. Outro recurso é a transformação do contador de histórias com roupas e
objetos característicos. A criança acredita, realmente, que o contador de
histórias se transformou no personagem ao colocar uma máscara, chapéu, capa,
etc..
Podemos
enriquecer a base de experiências da criança, variando o material que lhe é
oferecido. Materiais como massa de modelar e argila atraem a criança para novas
experimentações. Por exemplo, a história do "Bonequinho Doce" sugere
a confecção de um bonequinho de massa, e a história da "Galinha
Ruiva" pode sugerir amassar e assar um pão.
Assim como as histórias infantis, os contos de fadas têm um determinado
momento para serem introduzidos no desenvolvimento da criança, variando de
acordo com o grau de complexidade de cada história.
Os contos de
fadas, tais como: "O Lobo e os Sete Cabritinhos", "Os Três
Porquinhos", "Cachinhos de Ouro", "A Galinha Ruiva" e
"O Patinho Feio"
apresentam uma estrutura bastante simples e têm poucos personagens, sendo
adequados à crianças entre 3 e 4 anos. Enquanto, "Chapeuzinho
Vermelho", "O Soldadinho de Chumbo" (conto de Andersen),
"Pedro e o Lobo", "João e Maria", "Mindinha" e o
"Pequeno Polegar" são adequados a crianças entre 4 e 6 anos.
6 anos a 6 anos e 11 meses
Os
contos de fadas citados na fase anterior ainda exercem fascínio nessa fase.
"Branca de Neve e
os Sete Anões", "Cinderela", "A Bela
Adormecida", "João e o Pé de Feijão", "Pinóquio" e
"O Gato de Botas"
podem ser contadas com poucos detalhes.
Resumo:
Faixa etária
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Textos
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Ilustrações
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Materiais
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1 a 2 anos
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As
histórias devem ser rápidas e curtas
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Uma gravura
em cada página, mostrando coisas simples e atrativas visualmente
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Livros de
pano, madeira, e plástico. É recomendado o uso de fantoches
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2 a 3 anos
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As
histórias devem ser rápidas, com pouco texto de um enredo simples e vivo,
poucos personagens, aproximando-se, ao máximo das vivências da criança
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Gravuras
grandes e com poucos detalhes
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Os
fantoches continuam sendo o material mais adequado. Música também exerce um
grande fascínio sobre a criança
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3 a 6 anos
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Os livros
adequados a essa fase devem propor vivências radicadas no cotidiano familiar
da criança.
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Predomínio
absoluto da imagem, sem texto escrito ou com textos brevíssimos.
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Livros com
dobraduras simples. Outro recurso é a transformação do contador de histórias
com roupas e objetos característicos. A criança acredita, realmente, que o
contador de histórias se transformou no personagem ao colocar uma máscara.
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6 ou 7 anos
(fase de alfabetização)
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Trabalho
com figuras de linguagem que explorem o som das palavras. Estruturas frasais
mais simples sem longas construções. Ampliação das temáticas com personagens
inseridas na coletividade, favorecendo a socialização, sobretudo na escola.
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Ilustração
deve integrar-se ao texto a fim de instigar o interesse pela leitura. Uso de
letras ilustradas, palavras com estrutura dimensiva diferenciada e explorando
caráter pictórico.
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Excelente
momento para inserir poesia, pois brinca com palavras, sílabas, sons. Apoio
de instrumentos musicais ou outros objetos que produzam sons. Materiais como
massinha, tintas, lápis de cor ou cera podem ser usados para ilustrar textos.
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Muito interessante mesmo e útil!!
ResponderExcluirBom trabalho!
BJU BJU grande
Oi Dany!
ResponderExcluirGostei da postagem.É muito útil para trabalharmos com as crianças entendendo um pouco dos seus desenvolvimentos.
A literatura tbém exige conhecimento e entendimento para o ajuste conforme idade.
Valeu pelo material.
Bjos e boa semana, Rosangela
Muito interessante o texto,pois tenho uma filha de 6 anos.Obrigada pelas informações,aprendi muito!Amei conhecer teu cantinho.Estou te seguindo!Dá uma passadinha no meu blog para conhecer também!Será uma alegria!bj
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