A origem da
Páscoa
A palavra “Páscoa” tem
origem hebraica (Pessach) e significa passagem.
Considerada, essencialmente, a
Festa da Libertação, a Páscoa é uma das festas móveis do nosso calendário,
vinda logo após a Quaresma e culminando na Vigília Pascal.
Páscoa Cristã:
Celebra
a passagem de Jesus, da “morte para a vida”. A ressurreição também simbolizando
um novo começo.
Páscoa é outra ocasião ligada à gastronomia, em que a conduta
Cristã de não se comer carnes vermelhas no período serve como estímulo para que
peixes, notadamente o bacalhau, sejam as estrelas de cardápios criativos ou
tradicionais.
Páscoa
Judaíca
: É a principal festa do judaísmo, que
comemora a libertação dos hebreus do Egito pela passagem do mar Vermelho.
Durante uma refeição solene, em família, come-se o Cordeiro da Páscoa e o pão
sem fermento, o matzá. O pão sem fermento retrata a situação vivida pelos
judeus que como estavam em fuga, não tinham tempo para esperá-lo crescer.
Ovo de Páscoa
O ovo é considerado a
mais perfeita embalagem natural. Em diversas culturas também simboliza o começo
do universo. Os sacerdotes druidas escolheram o ovo como símbolo de sua seita.
Outra corrente assegura que o ovo é símbolo pascal inspirado no costume chinês
de colorir ovos de pata, para celebrar a vida que deles se origina. Ovos eram cozidos e
comidos durante os festivais do antigo Egito, Pérsia, Grécia e Roma. Coloridos,
eram presenteados para celebrar a chegada da florida primavera, depois do
inverno branco no Hemisfério Norte.
Estas culturas tinham o
ovo como emblema do universo, a palavra da suprema divindade, o princípio da
vida.
Acredita-se que os missionários e os cruzados trouxeram para a Europa
Ocidental o costume de presentear com ovos. Na época medieval, eram pintados de
vermelho para representar o sangue de Cristo.
Os cristãos adotaram esta
tradição e o ovo passou a ser o símbolo da tumba da qual Jesus ressuscitou.
Ovos de chocolate
começaram a aparecer no século XVII. Ovos de plástico recheados de ovos de
chocolate ou bombons surgiram na década de 60.
Coelho da Páscoa
O coelho simbolizando a
Páscoa também tem origem anglo-saxônica e pré-cristã – simboliza a fecundidade. Lebres e coelhos eram
associados à abundância da nova vida, após um inverno de privações. Na verdade
era uma lebre, que já nasce com os olhos abertos e não um coelho que
simbolizava a Páscoa. Desde a antiguidade a
lebre, cuja gestação dura apenas um mês, era a representação da Lua, que neste
mesmo espaço de tempo passa da escuridão da Lua Nova ao brilho da lua Cheia.
A última Lua cheia após
o equinócio de inverno determinava a data da Páscoa. Também de acordo com as
lendas, o coelho de Páscoa era um belo pássaro que pertencia à deusa Eostre e,
um dia, transformou-se. Como no âmago – continuava pássaro, o coelho continuava
a construir seu ninho e o enchia de ovos.
Páscoa no Mundo
Os Chineses
comemoram o “Ching-Ming”, uma festividade que ocorre na mesma época da Páscoa,
onde são visitados os túmulos dos ancestrais e feitas oferendas, em forma de
refeições e doces, para deixá-los satisfeitos com os seus descendentes.
Os Europeus decoram
ovos cozidos e fazem brincadeiras, como rolá-los ladeira abaixo. O vencedor
será o ovo que rolar mais longe sem quebrar.
Na Europa Ocidental
(Ucrânia, Estônia, Lituânia e Rússia), amigos e parentes são presenteados com
ovos decorados e a tradição diz que se as crianças forem bem comportadas na
noite anterior ao domingo de Páscoa e deixarem um boné de tecido num lugar
escondido, o coelho deixará doces e ovos coloridos nesses “ninhos”.
No Hemisfério Norte,
a Páscoa coincide com a entrada da primavera e, por isso, foi associada à idéia
de renovação de vida, misturando as tradições cristã e pagã. Lá é chamado de
Easter, nome derivado da Deusa da Primavera – Eostre.
Os Norte-americanos
costumam fazer a brincadeira de “caça ao ovo”, onde os ovos de chocolates são
escondidos nos quintais ou dentro das casas e as crianças devem procurá-los na
manhã de Páscoa.
Os Brasileiros e os Latinos
também têm o costume de fazer a brincadeira de “caça ao ovo” e, em algumas
famílias, as crianças montam suas próprias cestas de Páscoa, que são deixadas
para o “coelhinho” colocar os ovos na madrugada.
O ovo simboliza
o nascimento, a vida, o ressurgimento de Cristo e é um símbolo desde a
Antigüidade, época em que já era costume presentear as pessoas, por ocasião da
Páscoa, com ovos enfeitados e coloridos. Os ovos de Páscoa representam também o
final da quaresma.
O cacau, cujo
nome científico em grego é Teobroma Cacau, quer dizer: o néctar dos deuses. Seu
sabor e sua força energética sempre foram reconhecidos em toda a Europa. Ao
tomar o formato de um ovo, representou mais intensamente a força
rejuvenescedora da vida. O ovo de chocolate é, portanto, o símbolo da vida.
Os coelhos
surgiram como símbolos da Páscoa na época dos egípcios, pois representam a
fecundidade e a reprodução constante da vida. Convém lembrar que, embora eles
apareçam associados aos ovos, até hoje não se viu um coelho que botasse um ovo,
muito menos de chocolate.
A cruz
mistifica todo o significado da Páscoa, na ressurreição e também no calvário de
Jesus Cristo. Desde a ano 325 d.C. é considerada como símbolo oficial do
cristianismo.
Na celebração do
sábado de Aleluia, véspera do domingo de Páscoa, é feita a bênção da água que
será utilizada nos batismos durante o ano. Cristo é a verdadeira água, fonte de
vida.
O cordeiro é o
símbolo mais antigo da Páscoa. No Novo Testamento, simboliza Cristo que é o
Cordeiro de Deus sacrificado em prol da salvação de toda a humanidade, seu
rebanho.
O pão e o vinho eram,
na Antigüidade, a comida e bebida mais comuns. Jesus Cristo se serviu desses
alimentos para simbolizar sua presença constante ao instituir a Eucaristia.
Assim, o pão e o vinho simbolizam o corpo e o sangue de Jesus e a vida eterna.
As vestes brancas
usadas na celebração pascal retomam a passagem referente à transfiguração de
Cristo (na qual as vestimentas de Jesus se tornaram resplandecentes de
brancura.) O branco simboliza a pureza, a paz e a plenitude.
As velas são
uma marca das celebrações religiosas pascais. Em certos países, os católicos
apagam todas as luzes de suas igrejas na Sexta-feira da Paixão. Na véspera da
Páscoa, fazem um novo fogo para acender o principal círio pascal e o utilizam
para reacender todas as velas da igreja. Então, acendem suas próprias velas e
as levam para casa a fim de utilizá-las em ocasiões especiais.
No Sábado Santo a
celebração católica é iniciada com a bênção do fogo, chamado de “fogo novo”.
O círio pascal é
aquela grande vela decorada que tem a cruz como desenho central. Simboliza a
luz dos povos, em Cristo. As palavras “Alfa e Ômega” nela gravadas querem
dizer: “Deus é o princípio e o fim de tudo”.